A canção do meu coração é o teu amor!

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A SENSUALIDADE E O NAMORO (livro: A face oculta do amor, Pr. Coty, Jocum Paraná)


O período de namoro é uma das fases mais críticas na vida de
uma pessoa realmente comprometida com Deus. Um
relacionamento sentimental estará sendo nutrido e, por
conseguinte o desejo sexual acaba sendo fortemente despertado.
Ter o equilíbrio espiritual que esta situação demanda nunca é uma
tarefa fácil.
Uma vitória nesta fase pode refletir positivamente em todo o
período de casamento, enquanto amargar certos níveis de derrota
pode fazer germinar no futuro insegurança, ciúmes e desconfiança
no relacionamento conjugal.
Objetivamente, no namoro se estabelece as bases espirituais
para o casamento, no noivado traça-se o novo plano de vida a dois,
onde não apenas os privilégios serão considerados, mas o preço de
viver à dois será devidamente calculado, e no casamento dá-se a
união dos corpos.
Obedecer esta seqüência atingindo uma realização
satisfatória nestes três níveis irá proporcionar um relacionamento
estruturado e estável. Inverter esta seqüência, como tem sido
praxe na sociedade, acarreta uma variedade de problemas
indesejáveis que podem condenar o casamento desde cedo a
muitos reveses.
Sabemos que todo sucesso real parte de uma vitória na esfera
espiritual, onde pela fé e obediência edificamos a vontade de Deus.
O apóstolo Paulo nos deixa uma palavra de exortação.
"Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que
vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba
possuir o próprio corpo, em santificação e honra, não com
o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a
Deus, e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem
defraude a seu irmão, porque o Senhor, contra todas
estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos
claramente, é o vingador, porquanto, Deus não nos
chamou para a impureza, e, sim, em santificação. Destarte, quem rejeita estas coisas não rejeita ao homem,
e, sim, a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo."
(1 Ts 4:3-8)
Este termo:"... que cada um de vós saiba possuir o próprio
corpo...", também pode ser traduzido como:"... que cada um de vós
saiba possuir a sua esposa..". Esta palavra que traduzimos como
"esposa", no literal é "vaso", que é mesma palavra que Pedro usa
quando cita a mulher como "vaso" mais frágil. Esta sabedoria
exigida no namoro é caracterizada pelo domínio próprio, respeito e
temor em relação àquele que nos dá o Espírito Santo, o qual é a
provisão da vitória na sua expressão máxima.
Aqui temos em pauta o eixo espiritual para o relacionamento
de namoro: santificação e honra. Paulo traça limites para que o
processo de santificação não fosse neutralizado.
Ele revela, portanto, o objetivo prioritário do espírito de
sensualidade que é a imoralidade sexual. Quando é falado de
abster-se da prostituição, a palavra usada aqui é "pornéia" que
abrange todo contexto de imoralidade: incastidade, fornicação,
prostituição, e vários outros tipos de comportamento sexual ilícito.

CONCEITOS BÁSICOS
Para entendermos de forma mais prática os limites de Deus
no relacionamento sexual, vamos expor a definição de alguns
conceitos básicos:
1. Cobiça: É o sentimento interior do homem, o qual embora
não consiga aquilo que deseja, nutre interiormente este desejo de
forma exagerada. Cobiça é a expressão de falharmos em renunciar
coisas que estão se tornando ídolos nas nossas vidas.
Esta tem sido a causa interior, apesar de muitas vezes não
reconhecida, de muitas depressões nervosas e sentimentos
crônicos de infelicidade provenientes de desejos desenfreados e
insatisfeitos. A cobiça fomenta ansiedades, tensões nervosas e
pensamentos obstinados que caracterizam um ambiente interno de
derrota espiritual e stress.
2. Lascívia: Concentrar em alguma coisa ou pessoa para
despertar o desejo sexual próprio fora dos limites e padrões de Deus. É uma condição onde o desejo sexual assume uma posição
dominante. Pensamentos viciosos, fantasias sexuais entram em
ação afogando a mente e escravizando a alma.
É fundamental ressaltarmos que o principal órgão sexual é a
mente. Precisamos investir em santificação principalmente na
dimensão da nossa vida de pensamentos. Não permita que sua
mente se torne uma lata de lixo!
3. Defraudação: Despertar os desejos sexuais de outra
pessoa, os quais não poderão ser satisfeitos corretamente.
Agressão moral ou provocação onde os valores e sentimentos
da outra pessoa são desrespeitados, manipulados, abusados ou
seduzidos. É qualquer tentativa egoísta de ganhar mais a qualquer
custo e por todos os meios independente dos outros e dos seus
direitos. Ir além, ultrapassar os limites tirando o melhor que
puder. Querer ter mais do que é devido.
Fornicação: Relação sexual irresponsável fora da aliança do
casamento. Adolescentes e jovens são constantemente desafiados a
fornicarem para de alguma maneira conseguirem se auto-afirmar
perante outros. Eles só esquecem, muitas vezes, de levar em conta
o que pode vir a suceder depois de nove meses.
Adultério: Infidelidade conjugal, prevaricação, quebra da
aliança do casamento.
Prostituição: Comercializar o corpo; manipular bens,
situações ou posições através da prática sexual.

BASES PARA O NAMORO
1. Santidade: vestes de linho e atos de justiça
A santidade é a roupagem da nossa fé e obediência a Deus.
São atitudes que demonstram a justiça do reino de Deus. "E foi-lhe
permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o
linho fino são as obras justas dos santos" (Ap 19:8}.
A santidade num namoro é fruto do verdadeiro amor, que
inclui o respeito, o domínio próprio e o compromisso, onde sobre
tudo estamos dispostos a obedecer ao ministério do Espírito Santo
nos deixando ser convencidos e guiados pela verdade. Com isto não queremos gerar uma mentalidade puritanista
ou perfeccionista. Aliás, é indispensável distinguirmos entre
santidade verdadeira e o perfeccionismo religioso.
A verdadeira santidade é você se separar para Deus vivendo
objetivamente para a sua glória e de acordo com os valores do seu
reino. Uma mente dividida que oscila possibilitando um ânimo
dobre em relação aos propósitos específicos de Deus peca
frontalmente contra o espírito de santidade.
Ser santo significa literalmente ser separado para um único
propósito. A essência da santificação reside também numa fé
inabalável no sacrifício de Jesus e não no nosso esforço humano
onde tentamos compensar nossos fracassos.
O perfeccionismo religioso é uma falsa moral caracterizada
pelo rigor exagerado no comportamento externo e cerimonialismo.
É o endeusamento de regras particulares sustentado pela
insegurança e justiça própria. É também caracterizado pela
maxivalorização do irrisório onde se acaba coando um mosquito e
engolindo um camelo.
Perfeccionismo leva à intolerância transformando conceitos
em preconceitos taxativos e inflexíveis, mais baseados num padrão
externo de comportamento do que nas motivações íntimas do
coração. Regras relativas se tomam leis absolutas e com isto as leis
absolutas se tornam apenas uma sombra. Esta foi a síndrome dos
fariseus. "Mas Israel, buscando a lei da justiça, não atingiu esta lei.
Por que? Porque não a buscavam pela fé, mas como que pelas obras;
e tropeçaram na pedra de tropeço" (Rm 9:31,32). Legalismo não é
santidade, é apenas um disfarce da santidade.
Pessoas que se afirmam num padrão externo de santidade,
na maioria das vezes, estão compensando fracassos morais
internos e ocultos. Acabam se anulando espiritualmente.
Sacrificando transparência e quebrantamento se tornam escravos
da religiosidade.
Quando falamos sobre a santidade no namoro, precisamos
encarar as pessoas na sua totalidade, com suas fraquezas,
conflitos, sentimentos, crises, mas acima de tudo nutrindo fé na
verdade que o poder de Deus se aperfeiçoa na nossa fraqueza.
2. Sensualidade: "... jóia de ouro em focinho de
porca"
Quando desfocaliza-se a santidade invoca-se a sensualidade.
O desejo de lascívia é o padrão mundano que Paulo reprova. Este é
o padrão daqueles que não conhecem a Deus onde a mente e a
vontade estão subjugados por desejos desenfreados.
Este provérbio retrata com precisão o significado de um
namoro permeado pela sensualidade: "Como jóia de ouro em focinho
de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da razão". (Pv
11:22). Percebe-se aqui a insensatez espiritual de se apartar do
pudor, do recato e do respeito mútuo. Este texto prega
abertamente acerca da inconveniência da sensualidade no
relacionamento de namoro. Ninguém colocaria um bracelete de
ouro no focinho de uma porca. Ou seja, não adianta tentar
embelezar aquilo que é imundo e repugnante.
Precisamos tomar uma decisão muito definida em relação à
base na qual vamos construir nosso namoro e casamento.
Sabemos que a sensualidade representa o caminho largo por onde
o mundo nos induz. Percorrer este caminho pode ser o início de
um futuro comprometido e condenado às muitas dores e traumas
irreversíveis ocasionados por um casamento frustrado. Isto tem
sido um xeque-mate na felicidade de muitas pessoas.

DEFRAUDAÇÃO NA ÁREA DE CASAIS
Existem muitas maneiras sutis de sermos absorvidos na
batalha espiritual cooperando com o espírito de sensualidade.
Vamos salientar agora, pontos práticos, que comumente são
negligenciados, mas que podem estar contribuindo decisivamente
para dificultar ou até mesmo destruir o plano de vida que Deus
tenha para um casal.

1. Fofoca
A fofoca nada mais é que comentários excessivos,
especulativos e indevidos sobre relacionamentos alheios.
Esta é uma área de tentação muito forte principalmente para
as mulheres. Quando se começa a fazer declarações de caráter negativo, acerca de especulações ou assuntos onde a privacidade
das pessoas está em jogo, dificilmente não se terá péssimos
resultados.
Este tipo de comportamento promove uma propaganda
depreciativa das pessoas em questão. Comentários assim, sempre
tendem à deturpação dos fatos reais, promovendo conclusões
injustas baseadas em detalhes mínimos. O saldo desta agressão
indireta, por trás, acaba sendo um imenso déficit de
ressentimentos e inimizades.
Em Lv 19:16, a Palavra de Deus nos adverte: "Não andarás
como mexeriqueiro entre os teus povos: Não te porás contra o sangue
do teu próximo: Eu sou o Senhor". A fofoca é uma maneira discreta
de se cometer um homicídio: relacionamentos são destruídos,
sentimentos são machucados, e muitas pessoas acabam se
frustrando espiritualmente e abandonando a fé e a igreja.
Podemos definir a fofoca como "falar mais e mais do que só
resulta em menos e menos". Aqui podemos emoldurar a seguinte
lei: muita fofoca, pouca oração. Quem fala muito da vida alheia,
normalmente está com problemas sérios na sua vida de oração.
Quando de fato oramos por alguém, vamos alcançar o coração de
Deus por esta pessoa e com certeza saberemos poupá-la com a
nossa língua.
A fofoca, além de impedir a vida de oração, é também uma
forma de liberar demônios, liberar morte, conturbando
espiritualmente a situação e as pessoas. Com isto, todos perdem,
só o espírito de sensualidade se satisfaz no seu propósito.

2. Simular namoros
É muito comum encontrar pessoas, que uma das poucas
coisas que elas fazem na igreja, é ficar adivinhando e conjeturando
quem gosta de quem, quem combina com quem, quem saiu com
quem, quem começou a namorar ou terminou o namoro com
quem, etc. Este tipo de pessoa sempre acaba sendo uma luva nas
mãos do espírito de sensualidade.
Se um relacionamento de namoro, que envolve pessoas
submissas ao Senhor teve origem no coração de Deus ou está
debaixo da sua bênção e aprovação, ele tem tudo para de uma forma natural fluir e acontecer no tempo certo. A nossa
participação neste processo particular deve ocorrer apenas se
alguma das pessoas envolvidas tiver a iniciativa de nos procurar.
Neste caso, devemos ouvir, aconselhar, orar com a pessoa, mas
nunca nos rebaixarmos a manipular o namoro, nem muito menos,
ficar simulando encontros e situações.
Esta simulação, que é também uma forma de "forçar a barra",
em muitos casos, acaba sendo uma precipitação, que pode até
mesmo abortar o relacionamento.
Não tente "dar uma mãozinha para Deus" usando sua
habilidade de simular namoros. É muito perigoso quando se
intromete na vida sentimental de pessoas forçando situações. Esta
não é uma boa maneira de se iniciar o que no futuro deverá ser um
lar. Além disto provocar muitos constrangimentos, a pessoa corre o
risco de estar alimentando um sentimento que não está sendo e
que nem será correspondido. A pessoa em questão acaba sendo
iludida e desiludida.
Uma outra forma corriqueira e crítica de provocar namoros é
através do uso abusivo do dom de profecia. É extremamente fácil
manipular as pessoas, principalmente os novos na fé, usando
misticamente o nome de Deus. Usar o nome de Deus em vão é
coisa muito séria na Bíblia, apesar de não ser na nossa cultura.
Toda profecia deve ser confirmada por mais de um profeta,
bem como julgada: "E falem dois ou três profetas e os outros
julguem". (I Co 14:29). Só deve haver manifestação do dom de
profecia em coexistência com o dom de discernimento de espíritos.
São dons complementares. É necessário provar os espíritos,
principalmente de alguém que afirma ser profeta. Infelizmente,
muitas falsas profecias, as quais deveriam ser julgadas com
discernimento tem sido uma ferramenta usada para alimentar o
engano sentimental.
Em I Co 14:3, o apóstolo Paulo ensina que as finalidades da
profecia se resumem em consolar, exortar e edificar, e de maneira
alguma defraudar sentimentalmente as pessoas induzindo-as,
devido a interesses próprios, a um relacionamento de namoro ou
casamento.
E o pior é que muitos fazem questão de se colocarem debaixo
da influência de tais profecias, pois querem ouvir apenas aquilo que favoreça a sua paixão, como declarou Jeremias: "Os profetas
profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles,
e o meu povo assim o deseja: e o que fareis no fim disto?" (jr5:31).
Idolatrar nossos sentimentos nos leva ao terrível engano de fazer
da nossa vontade a voz de Deus.
Precisamos estar muito apercebidos com estas coisas,
buscando a Deus com um coração puro e verdadeiro, estando
prontos a ouvir não só o "sim", bem como o "espera" ou até mesmo
o "não" do Espírito Santo. Caso contrário, ao invés de
experimentarmos a vontade de Deus, vamos amargar a vontade de
homens interesseiros e mal intencionados.

3. Temor humano
Temor humano é definido pelo comportamento de aprovarmos
e incentivarmos algo que Deus desaprova, com medo de
desagradar a pessoa e perder a sua apreciação.A Bíblia diz que
esta é uma forma sutil de preparar uma armadilha: "Quem teme ao
homem arma ciladas, mas o que confia no Senhor estará seguro".
(Pv 29:25)
Normalmente as armadilhas do inimigo são preparadas na
área sentimental onde o ser humano é mais influenciável e
vulnerável. Estas armadilhas se tornam mais eficientes quando
pessoas tidas como conselheiros agem com temor humano.
Às vezes deparamos com relacionamentos começando em
bases falsas, afrontando princípios e conselhos da Palavra de
Deus. Estarmos desprovidos do temor humano é uma condição
chave para o Senhor nos usar com a palavra certa, no tempo certo,
da maneira certa, livrando pessoas destes laços.
Nunca devemos alimentar um relacionamento que temos
dúvida sobre a vontade de Deus. Se não estamos aptos a
aconselhar a pessoa ou o casal, devemos orientá-los aos líderes da
igreja.
É também comum vermos pessoas que dizem ter uma
"palavra de Deus" para começar um namoro reprovado,
principalmente casos de jugo desigual. Como conselheiros não
devemos nos convencer apenas por isto. Julgar uma profecia, não
é apenas julgar a palavra, mas julgar o princípio. Se a pessoa tem a "palavra de Deus", mas não tem o princípio de Deus, ela deve ser
advertida.
"Não deixará de repreender o teu próximo, e nele não
sofrerás pecado". (Lv 19:17)
"Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto"
(Pv 27:5) "Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas
os beijos do que aborrece são enganosos". (Pv 27:6)

4. Maledicência
Uma das principais causas da maledicência é o ciúme. De
certa forma, é bem comum no meio de solteiros, pessoas estarem
gostando de pessoas, se sentindo atraídas e desenvolvendo
determinada apreciação mutuamente. Mas estes sentimentos
podem precipitar-se quando a pessoa de quem alguém estava
gostando, começa a gostar de outro ou até mesmo namorar com
outra pessoa.
Sabemos que ter um sentimento por alguém não significa
nenhum problema, mas ter um sentimento por uma pessoa já
comprometida é um problema a ser resolvido. Se este sentimento
não for devidamente dominado e renunciado, ele pode se tornar
profundamente doentio e obstinado, se transformando em ciúme:
"Cruel é o furor e a impetuosa ira, mas quem parará perante o
ciúme?" (Pv 27:4). Lembro-me de uma situação onde uma moça
continuava a orar pelo seu "prometido" mesmo depois dele já ter
casado com outra pessoa. Esta obstinação doentia expressa o
controle que o espírito de sensualidade pode chegar a exercer
através do orgulho de uma pessoa.
Quanto mais este sentimento for nutrido, maior e mais
dolorosa será a ferida. Uma das maneiras de descarregar a dor
provocada pelo ciúme é através da maledicência. A maledicência
como reação do ciúme expressa a voz do espírito de sensualidade.

5. Coerção sentimental
Coerção sentimental significa arrancar informações
sentimentais de uma pessoa através de perguntas
constrangedoras, muitas vezes, no momento errado, no lugar
errado, perto de pessoas erradas. A pessoa é surpreendida tendo sua privacidade sentimental saqueada.
Essas perguntas que invadem assuntos e sentimentos
particulares é uma maneira manipulativa de induzir a pessoa a
expor algo que não tinha liberdade de fazê-lo. A pessoa é obrigada
a violentar a própria vontade de expressão, gerando um
constrangimento esmagador ou submetendo a pessoa a uma
plataforma de humilhação e vergonha que se não for superado com
maturidade pode gerar bloqueios e profundas feridas sentimentais.
Em II Sm 13:4, vemos Jonadabe, sagazmente, arrancando
uma informação sentimental dos lábios de Amnom, e numa atitude
de lisonja, ele propõe um plano diabólico de relacionamento para
que ele conquistasse Tamar. Depois de ser manipulado a expor seu
sentimento, Amnom estava constrangido a obedecer ao terrível
conselho de Jonadabe que resultou num incesto.
Obviamente que qualquer pessoa se sentirá defraudada ao
ser forçada a falar algo que ela não queria falar. Esse tipo de
opressão reflete uma forte influência do espírito de sensualidade.
Jamais devemos forçar a porta do coração de alguém para
arrancar uma informação sentimental particular, principalmente
se a pessoa não deu tal liberdade.
Se você acha necessário aconselhar alguém nesta área
sentimental, ponha-se primeiro à porta, como o Senhor Jesus fez
com a igreja de Laodicéia. Se a pessoa não ouvir a sua voz, não
ouse entrar. Porém, se a própria pessoa teve confiança de se abrir,
podemos ter a liberdade de contribuir com esta pessoa
empaticamente através do aconselhamento.

6. Correção incorreta
Tanto deixar de corrigir como também usar doses de agressão
direta ou indireta na correção, principalmente de um casal, são
extremos que trazem muitos prejuízos. Precisamos, antes de tudo,
corrigir nossa maneira de corrigir antes de corrigir alguém.
A correção agressiva e intransigente quase sempre
proporciona um efeito contrário ao que se pretendia. O "como"
falar é tão importante quanto o "o que" falar. A correção não pode
ser apenas resumida no zelo, antes deve ser equilibrada pela
compaixão e sabedoria. Caso contrário a correção se transforma numa manifestação da indignação e ira humana, o que
espiritualmente significa dar lugar ao diabo para imprimir
profundas feridas.
A correção também não deve ser confundida com
condenação. A condenação destrói a esperança e desencaminha
qualquer solução. A correção que restaura é precedida pelo espírito
de perdão e não de condenação.
Um dos momentos mais críticos do relacionamento é a
repreensão. É um momento doloroso, difícil e constrangedor.
Muitas vezes tem-se que lidar com a melindrosidade, o
embrutecimento e o pecado da pessoa. Temos em pauta um clima
intenso de batalha espiritual. Uma das artimanhas do espírito de
sensualidade é influenciar pessoas a serem resistentes à
repreensão. O seu objetivo é usar a repreensão para ferir. É
necessário estarmos muito sensíveis a Deus e à real necessidade
das pessoas em questão, nutrindo um coração compassívo,
perdoador, e atento à revelação do Espírito Santo.
O segredo para destruir o encantamento da sensualidade na
vida de um casal é trazer às pessoas entendimento adequado das
verdades adequadas de Deus, através de uma sábia correção, que
é feita no tempo certo, com a motivação certa e do modo certo.

PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS PARA O NAMORO
Depois da conversão a Cristo, não existe uma decisão mais
importante a ser tomada do que o casamento. Devemos admitir
que o casamento é uma faca de dois gumes, ou seja, pode vir a ser
uma grande bênção, mas também pode desestruturar pessoas pelo
resto de suas vidas. O que vai decidir isto é a nossa diligência em
submeter aos princípios e limites estabelecidos sabiamente por
Deus.
Vamos mencionar alguns passos que nos ajudam a
estabelecer, desde o namoro, bases firmes para a vida conjugal.

1. Entregar o direito de casar
Estabelecemos isto mais na dimensão de um conselho. Abrir
mão do direito de casar não quer dizer deixar de casar. A princípio pode parecer algo muito radical para se fazer, mas, de fato, a
renúncia, apesar de ser um caminho estreito, é também o caminho
mais curto e suave para se atingir um objetivo.
Descansar sentimentalmente mantendo-nos distantes da
ansiedade e precipitação, ou seja, entrar no descanso de Deus é
um autêntico atestado de aprovação espiritual. A renúncia gera
estas proporções de descanso e aprovação.
Toda área de nossas vidas que não rendemos a Deus,
constitui uma brecha para que o inimigo, de uma ou outra
maneira, tire proveito sobre nós, enganando, roubando ou até
mesmo destruindo. Esta é uma das causas de presenciarmos
tantos relacionamentos confusos, onde as pessoas se encontram
deprimidas e insatisfeitas sentimentalmente.
Um dos mais importantes caminhos que Deus estabeleceu
para aplainar nossas vidas e nos conduzir ao que queremos é o
direito de renúncia. Quando perdemos nossos direitos para Deus,
os direitos de Deus passam a ser nossos. Quando damos a Deus
tudo que ele pede, receberemos tudo que ele promete. Esta é a lei
da conquista: subjugar nossos direitos e desejos à vontade de
Deus, confiando no seu caráter.
Vemos de uma forma muito expressiva este princípio em ação
na vida de Rute (Rt 1:11-16). Esta pobre jovem, que acabara de
ficar viúva, ao fazer um firme voto de fidelidade à sua sogra Noemi,
ao povo de Noemi e ao Deus de Noemi, abre mão de conseguir um
marido em Moabe indo com sua sogra para Israel. É interessante
notar como esta atitude liberou tão rapidamente esta área de sua
vida.
Pouco tempo depois, de uma maneira sobrenatural, Deus
promove seu relacionamento com um candidato legítimo a tomá-la
por esposa. Boaz veio a ser seu marido e redentor, que além de
restaurar a sorte de sua sogra, foi uma cura para toda decepção e
trauma conjugal que havia sofrido anteriormente.
Com esta atitude, Rute, uma moabita, uma estrangeira em
Israel, teve seu opróbrio da viuvez quebrado e se tornou parte da
linhagem messiânica, vindo a ser a bisavó do Rei Davi. Deixou
uma descendência espiritual que não podemos dimensionar. Tudo
isto pelo simples fato de abrir mão do direito de se casar.
2. Abrir mão da pessoa idealizada
Isto não quer dizer que é errado alistar as características que
você quer que uma pessoa tenha e orar a Deus por uma pessoa
assim. Mas, é verdade que muitos se casam apenas com a
aparência física da outra pessoa e quando, no dia a dia do
casamento descobrem o que realmente estava no conteúdo se
assustam e desiludem.
Quando mencionamos este ponto, estabelecendo-o também,
como um conselho, e não como um princípio absoluto, partimos do
verdadeiro pressuposto que Deus é dono de toda sabedoria e
possui, obviamente, um bom gosto tremendamente apurado. Além
disto, não existe um outro ser no universo que queira tanto o
nosso bem quanto nosso amoroso Pai celestial.
Porque, então, não permitir que ele possa nos dar o cônjuge
que certamente vai se encaixar conosco em todas áreas de nossas
vidas: espiritual, ministerial, psicológica, sentimental, emocional,
física, etc.
É interessante como a Bíblia revela que desde o nascimento
de Isaque e Rebeca, o Senhor tinha feito um para o outro. Assim
que Abraão se dispôs a sacrificar seu filho, que ainda era de tenra
idade, em obediência a Deus, imediatamente é anunciado o
nascimento de Rebeca (Gn 22:23), que seria futuramente a esposa
de Isaque. Em Gn 24, Deus providencia sobrenaturalmente a
união deles.
Entendo que o que realmente liberou todo este plano conjugal
divino foi o sacrifício de Abraão. Ele sacrificou seu maior
sentimento e desejo que estavam personificados em Isaque, com
isto, ele gerou uma família digna de ser a linhagem messiânica.
O objetivo não é criar uma doutrina em cima de uma
situação, idealizando que Deus só tem um "Isaque" para cada
"Rebeca" e vice-versa. Podemos dizer que Deus têm vários
"Isaques" para cada "Rebeca e vice-versa". Isto significa que Deus
respeita e abençoa, de fato, o nosso direito de escolher um cônjuge,
desde que, esta escolha não se baseie num relacionamento em
jugo desigual.
O ponto é que Deus só encaminhará sobrenaturalmente a
pessoa mais certa para nós, se, realmente, dermos a ele esta
liberdade, através da atitude de abrir mão da pessoa que nós mesmos idealizamos. Esta é uma área de maior dificuldade para os
homens.
A nossa maior tendência é idealizar alguém, que na verdade
se encaixa muito mais com o modelo de aparência exigido pelo
padrão secular do que com nossas reais "necessidades" como
pessoa. Sonhamos com uma "miss" ou com o "príncipe encantado".
Isto muitas vezes pode acabar nos levando à decepção.
Salomão na sua sabedoria disse: "Não cobices no teu coração
a sua formosura, nem te prendas com os teus olhos". (Pv 6:26);
"Enganosa é a graça e vaidade a formosura, mas a mulher que
teme ao Senhor, esta será louvada".(Pv 31:30); "Do Senhor vem a
mulher prudente." (Pv 19:14); O que acha uma boa esposa acha
uma boa coisa e alcançou a benevolência do Senhor". (Pv 18:22)
A mulher sábia que estrutura e edifica seu lar, uma boa
esposa, a mulher prudente que vem do Senhor, é uma expressão
da sua benevolência que alcançamos, principalmente quando
abrimos mão do nosso preferencialismo.

3. Jugo desigual
Não devemos, em hipótese alguma, assumir um
relacionamento de namoro com alguém que seja incrédulo ou
infiel.
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis;
porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia
há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o
infiel?... Ora, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemos de toda a imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no temor do Senhor. (11 Co
6:14-11 Co 7:1)
Através do jugo desigual invoca-se a injustiça, as trevas, o
senhorio de demônios e a infidelidade. Este comprometimento
polui as nossas vidas imprimindo uma contaminação e imundícia
na profundidade do nosso próprio espírito. A palavra com a qual o
próprio Deus descreve este tipo de jugo, sociedade, comunhão,
concórdia ou tomar parte é abominação.
"Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do Senhor, a qual
ele ama, e se casou com a filha de deus estranho. O Senhor
extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isto." (Ml 2:11,12)
Quando alguém se compromete e casa em jugo desigual está
cometendo uma deslealdade contra Deus e admitindo como "sogro
espiritual" o próprio diabo. Ou seja, quando Malaquias fala: "se
casou com a filha de deus estranho", quem seria espiritualmente o
sogro desta pessoa? Certamente seria este "deus estranho". Por isto
o espírito de sensualidade é tão insistente quanto ao jugo desigual,
pois é uma estratégia fatal de ligar uma família a ele através do
casamento em cima de um juramento: "até que a morte nos
separe".
É lógico que quando se casa com a filha de alguém, e este
alguém, agora seu sogro, vem te visitar, você está constrangido a
recebê-lo. Um casamento em jugo desigual invoca a visita deste
"sogro" e a partir daí é que tantos problemas inesperados e
sofrimentos começam a solapar o relacionamento trazendo a
infelicidade, desarmonia e destruição. É desta forma que muitos
literalmente passam a "comer o pão que o sogro amassou". Por isto
Salomão exorta: "Anda com os sábios e serás sábio, mas o
companheiro dos tolos será afligido". (Pv 13:20)
Vamos considerar dois tipos de jugo desigual no namoro, que
seriam os mais sutis:
- Mundano bonzinho com o crente fraco: Neste caso, pelo
menos aparentemente, estes dois tipos de pessoas estão muito
próximos da linha que divide o salvo e o perdido. O mundano
bonzinho é aquela pessoa de boa família, que não tem muitos
vícios, trabalhador, etc, mas que ainda não "nasceu de novo", e
que pode até mesmo, estar muito mais longe disto do que se
supõe. O crente fraco, por sua vez, é aquela pessoa que está em
declínio espiritual, negociando princípios de Deus, e devido ao
envolvimento sentimental com um incrédulo (mundano bonzinho),
abusa com a desculpa: "vou trazê-lo para Jesus". Mas enquanto
pensa assim, está cego para enxergar que já perdeu a batalha e se
encontra em grande perigo espiritual, onde sua própria salvação
pode estar em jogo.
Infelizmente, muitos têm se casado sob este sofisma e pelo
resto da vida passam a colher os amargos frutos da sua
desobediência. Quase sempre, esta outra pessoa que se esperava que convertesse ao Evangelho, rebela-se ainda mais levando o
casamento e a família à infelicidade. Em outros casos,
interessantemente, o mundano bonzinho se converte e o crente
fraco desvia, o que de certa forma, faz cumprir a maldição do jugo
desigual proferida por Malaquias: "O Senhor extirpará das tendas
de Jacó o homem que fizer isto"
Em raríssimos casos o casal vem a permanecer firme na fé.
Certamente, não vale a pena correr este risco pois sempre ficam
algumas seqüelas que perturbam o lar.
- Crente verdadeiro com o falso irmão: "Mas agora vos
escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão,
for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão,
ou roubador, com o tal nem ainda comais". (1 Co 5:11)
Não podemos deixar nossos sentimentos falar mais alto que o
discernimento espiritual. Não se iluda pensando que todo mundo
que freqüenta uma igreja é um crente sincero. Precisamos abrir
bem os nossos olhos para não sermos enganados numa coisa tão
séria quanto é o casamento. Alguém já disse: "Antes de se casar
abra bem os seus olhos, porque depois de casar terá que fechá-los
para muitas situações".

4. Não namorar imediatamente após um
relacionamento frustrado
Quando uma pessoa termina um namoro, geralmente ela trás
consigo um certo desequilíbrio espiritual e sentimental devido aos
eventuais conflitos enfrentados.
Muitos querem curar as feridas de um namoro frustrado
através de outro namoro. Mas, na verdade, quanto mais você é
motivado a alimentar suas carências usando novos
relacionamentos para isto, mais severas serão as derrotas. É
indispensável, portanto, que a pessoa se restabeleça pela
comunhão com Deus, onde o tempo é um fator muito importante
neste processo de cura. É necessário voltar a descansar nesta
área.
Se a pessoa parte imediatamente para outro relacionamento,
dificilmente não estará tomando uma resolução precipitada,
podendo estar sendo induzida pelo espírito de sensualidade, a dar mais um passo em falso, o que só irá agravar as suas feridas e
apertar as algemas e cadeias sentimentais impostas pelo inimigo.

5. Dar uma trégua sentimental para crescer
espiritualmente
Creio que este é um excelente conselho para novos
convertidos: só assumir um relacionamento de namoro depois de
assumir uma boa maturidade espiritual. Esta é também uma
maneira prática de priorizar a coisa mais importante da vida de
um ser humano: nossa comunhão com Deus.
Com isto permitimos que ele mesmo reorganize toda nossa
vida, principalmente no aspecto sentimental. É assustador como,
hoje em dia, as pessoas trazem do mundo, pesadas cargas de
imoralidade e muitas feridas sentimentais. Nesta era da
permissividade, infelizmente, a maioria das pessoas chegam na
igreja desestruturadas sentimentalmente.
Este posicionamento tem, também, uma ligação forte com a
batalha espiritual que um novo convertido enfrenta. Sabemos que
a fúria do inimigo é direcionada contra uma pessoa que foi
recentemente arrancada do seu império. E pelo fato de um recém-
convertido não ter os seus sentidos espirituais bem exercitados na
palavra de Deus, o principal alvo de ataque do diabo quase sempre
é na área sentimental.
É fácil constatar estatisticamente a quantidade de pessoas
com menos de três anos de conversão que tem se desviado do
Evangelho devido a problemas relacionados com sentimentos e
namoros, que acabaram por furtar as prioridades espirituais da
pessoa, abafando o desejo de consagração concedido pelo Espírito
Santo.
Seria tremendamente sadio, se cada novo convertido
adquirisse antes de partir para um namoro, uma boa base
espiritual, disciplinando-se a manter uma vida devocional diária.
Não estou te dando um remédio que não tomei. Os quatro anos de
trégua sentimental que dei após minha conversão foram decisivos
para o plano conjugal e familiar que tenho desfrutado.
6. Saber lidar com o sentimento
O que fazer quando somos sobressaltados por um
sentimento? Como nos portar espiritualmente? Paulo nos instrui:
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável
a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com
este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis, qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus". (Rm 12:1,2).
Mais uma vez repetimos que não há nada de errado ou
pecaminoso em se ter um sentimento por alguém. O sentimento é
uma faculdade inerente ao ser humano, a qual o próprio Deus
obviamente nos concedeu e respeita.
O importante é sabermos que um sentimento pode alterar
totalmente o curso de nossas vidas. Poderíamos dizer que Deus
tem um propósito para cada um de nós e muitos planos ou
alternativas para atingir este propósito. Como a tendência de um
sentimento levado a sério envolve uma possibilidade de casamento,
é muito importante estarmos atentos em relação à eles,
discernindo criteriosamente se existe um aval do Espírito Santo,
como também estando cientes dos novos rumos que aquele
sentimento pode causar no nosso futuro.
Precisamos aprender a fazer escolhas espiritualmente
inteligentes mediante a influência de um sentimento, e nunca,
permitir que sejamos imediatamente vencidos agindo
inconseqüentemente.
É também muito importante mencionarmos que basicamente
um sentimento pode ter três procedências: ele pode surgir do
nosso próprio coração, pode vir de Deus pelo fato de nos abrirmos
para os seus planos, e também pode vir do espírito de
sensualidade devido a legalidades cedidas a esta entidade.
Paulo nos dá uma receita prática para alinharmos nossa vida
sentimental com a vontade de Deus. Mais uma vez, a palavra de
ordem é sacrifício, ou seja, renúncia. Devemos nos submeter a um
culto racional apresentando o sentimento como parte integrante do
corpo, num sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Qualquer sentimento que não estejamos prontos a renunciá-lo em virtude de uma convicção dada pelo Espírito Santo é uma
brecha para o espírito de sensualidade atuar. Nossos sentimentos
representam muitas vezes fortes influências espirituais que
precisam ser dominadas. Só assim podemos, de fato, andar no
Espírito. Ou sacrificamos ou idolatramos nossos sentimentos.
Sacrificar o sentimento não significa anular o sentimento,
muito pelo contrário, esta é a maneira pela qual tornamos nossa
vida sentimental saudável e abençoada. Isto proporciona qualidade
de caráter e revelação clara da direção de Deus que necessitamos.
Quando submetemos determinado sentimento ao fogo do
sacrifício (o amor é sofredor -1 Co 13:4), por mais que isto seja
inicialmente doloroso, vamos por fim, mais do que conhecer
mentalmente, vamos, efetivamente, experimentar a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus. Vale a pena!
Se aquele sentimento era um laço do nosso coração ou do
inimigo, seremos libertos, ou seja, aquilo que é palha será
queimado. Se aquele sentimento tem a aprovação do Espírito
Santo, aquilo que é ouro será ainda mais purificado pelo santo fogo
do sacrifício.

7. Namorar com o firme propósito de casar
Isto, naturalmente é uma conseqüência do item anterior. É
importante ressaltar que Deus não brinca com os sentimentos de
ninguém, e nem nós devemos fazê-lo. As conseqüências disto,
ainda que muitas vezes abstratas, podem ser muito mais sérias
que imaginamos.
Nossas motivações para entrar num relacionamento de
namoro são muito relevantes. Motivações erradas sempre induzem
a princípios errados. Princípios errados geram morte.
Sendo o mundo espiritual um campo extremamente fértil, ou
seja, o que se planta, colhe, precisamos estar apercebidos de como
temos semeado na área sentimental, em relação aos nossos
próprios sentimentos como também em relação aos sentimentos de
outros. Qualquer outra intenção no namoro que não seja
compromisso real com a pessoa, sempre produz amargas
conseqüências, principalmente para nós mesmos.
Nosso Pai celestial, de forma alguma, fica unindo pessoas para saber se vai dar certo ou não, como um cientista num
laboratório, que mistura substâncias desconhecidas para saber
qual será a reação: se aquilo vai explodir ou vai combinar. Deus
tem princípios e propósitos definidos e devemos nos encaixar com
firmeza de coração neles.
Estou certo que Deus é capaz de compreender quando um
relacionamento de namoro realmente não dá certo, mas é
indispensável uma motivação certa. A partir do momento que
conhecemos objetivamente a vontade de Deus, precisamos nos
empenhar a pagar o preço de permanecermos nela, estando
abertos para sofrer as devidas e necessárias transformações que
irão nos ajustar naquele relacionamento. O fruto disto é a
maturidade e um genuíno amor.

8. Ter a bênção dos pais e líderes
É muito sábio estar sujeito ao conselho de pessoas
experimentadas. Geralmente as autoridades estabelecidas por
Deus são portadores da sua voz.
Quando um relacionamento está contrariando o parecer de
alguma autoridade, algo pode estar errado. Este é um forte indício
de algum tipo de perigo espiritual. Vale a pena dar uma parada,
ponderar o conselho, dominar a voz estridente dos nossos
sentimentos e ouvir a Deus, até mesmo o seu "não".
Namorar com autorização dos pais e líderes espirituais é
também um ponto de prova para os nossos sentimentos. Nos
submetendo a este tipo de aprovação, estaremos construindo um
relacionamento seguro e protegido espiritualmente. Esta é uma
maneira poderosa de tomarmos posse da herança que nos cabe
como filhos.

9. Manter uma boa comunhão espiritual no namoro
"Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu
coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos
caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos:
sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a
juízo. Afasta, pois, o desgosto do teu coração, e remove
da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são como uma bolha de sabão. Lembra-te do teu Criador
nos dias da tua mocidade, antes que venham os dias
maus, e cheguem os anos dos quais venha dizer. Não
tenho neles contentamento". (Ec 11:9-12:1)
A adolescência e a juventude não são um tempo muito fácil
espiritualmente falando. Nossos valores ainda se encontram
amolecidos e isto nos torna abertos e vulneráveis a todo tipo de
influências. Principalmente na fase do namoro, parece tão fácil ser
moralmente nocauteado por um sentimento e ser lançado à lona,
vivenciando trágicas derrotas nostálgicas.
Paulo deixa um conselho para seu jovem discípulo Timóteo,
que de fato, quase sempre, só percebemos sua real grandeza um
pouco mais tarde: "Foge também das paixões da mocidade; e segue
a justiça, a fé, o amor, e o paz com os que, com um coração puro,
invocam o Senhor. (II Tm 2:22).
Esta palavra "foge", significa, no grego, correr com pavor. Ou
seja, precisamos evitar agressivamente o descontrole imposto pela
paixão. Suportar o jugo da mocidade. Não se pode perder de vista o
principal objetivo do namoro que é estabelecer uma forte base
espiritual para o casal.
Lembro-me que durante o meu namoro com minha esposa,
precisei tomar uma decisão de namorarmos sem nenhum toque
físico. Foram oito meses assim, até que pudéssemos estabelecer os
limites adequados para o nosso namoro. Foi algo radical. Foi um
preço a ser pago. Fiz isto, não porque era santo demais, mas
exatamente pelo contrário. Foi um tempo difícil, porém precioso.
Nosso domínio próprio se fortaleceu. O relacionamento foi
preservado. Nossa afinidade espiritual expandiu e temos sentido os
benefícios disto até hoje. Isto é alicerce!
Quando um casal não toma passos práticos de investir na
comunhão espiritual, mais cedo ou mais tarde, eles vão sendo
embalados, como um caminhão sem freios numa descida, a toda
sorte de defraudação e lascívia. O resultado será um desastre.
Isto acaba gerando uma inversão no propósito de Deus: o
namoro vira o período que se resume apenas no contato físico, até
mesmo sexual; como conseqüência, o noivado torna-se um período
traumatizante onde o casal se vê pressionado a apressar o
casamento, muitas vezes, em virtude de uma gravidez indesejada; e no casamento eles vão tentar, em meio a muitas dificuldades e
dores, consertar toda a situação.
Isto normalmente exigirá um alto preço de posicionamento,
obediência e perseverança diante de uma realidade espiritual, que
muitas vezes, se encontra sobrecarregada de opressões. Mas, o
mais importante, é que todo este processo de derrota e
saqueamento espiritual pode ser evitado.
Salomão na sua larga experiência sentimental aponta que o
caminho para afastarmos o desgosto do nosso coração, evitarmos
os dias maus, e os anos de tristeza é temer as conseqüências dos
nossos atos, remover da nossa carne o mal, considerar a
transitoriedade da juventude e acima de tudo nunca esquecer de
Deus, ou seja, lembrar do nosso Criador, principalmente na nossa
juventude.
Através da comunhão espiritual no namoro em oração, no
compartilhamento da Palavra, pode-se manter a paz e a confiança,
ao nível de uma boa consciência para com Deus. Isto é o que
vivifica e fortalece os laços do relacionamento.
Esta base espiritual sólida no namoro, autenticada por uma
consciência tranqüila diante de Deus e dos homens é a expressão
profética de um lar firme e estruturado:"... a casa dos retos
florescerá". (Pv 14:11)

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